segunda-feira, 18 de julho de 2016

O QUE O NATURISMO NÃO É



O naturismo é uma prática controversa. Para uma parcela significativa da população a prática naturista é bizarrice, esquisitice, não faz sentido. Não aceitam que as pessoas possam ficar nuas na frente de outras pessoas, inclusive de crianças. Para elas, a nudez é uma prática do âmbito do privado. Outras pessoas acreditam que a nudez deve ser resguardada para pessoas “especiais”, como um prêmio.
Para os naturistas, a rejeição ao naturismo se deve, entre outras coisas, a falta de esclarecimentos e de informações distorcidas a respeito da prática da nudez em público. Outra questão é a sexualização da nudez, perspectiva fortemente estabelecida em nossa sociedade, implicando em que muitas pessoas se distanciem do naturismo.
Enquanto naturista, entendemos que:

1)      O naturismo NÃO É PECADO.

A nudez é uma condição humana. Somos todos nus. Em si mesma, a nudez não significa nada, apenas revela nossa situação de humanos.
Na bíblia, nos deparamos com versículos que trazem a nudez como uma condição contrária a fé, porém, outras passagens mostram que a nudez entre o povo de Deus era aceita com naturalidade, sem condenação. Por exemplo:  o primeiro casal humano encontrava-se nu, inclusive diante de Deus; São Pedro costumava pescar nu; lembrando também, que os primeiros cristãos eram batizados nus. O papa João Paulo II, em seu livro “Amor e Responsabilidade”, afirma que “a imodéstia está presente apenas quando a nudez desempenha um papel desfavorável no que respeita o valor da pessoa”.  

2)      O naturismo NÃO É IMORAL.

 Para que uma ação seja considerada imoral é necessário que viole uma norma moral, um valor moral. A nudez pública, fora dos contextos socialmente aceitos, é tida como imoral, violando a regra dos “bons costumes”. No entanto, as regras morais diferem de um grupo para outro. Cada grupo social apresenta seu arcabouço moral, com regras próprias, que em certos casos podem ser contrárias as regras de outros grupos. De certo que, se para o conjunto maior da sociedade a nudez é imoral, para os naturistas a nudez pública não viola nenhuma regra de convivência. Portanto, para este grupo de pessoas, a nudez não é imoral.
O naturismo é praticado em lugares reservados (praias, residências, clubes etc), entre pessoas que não veem nenhum problema com a nudez grupal, portanto, não violando nenhuma regra moral, não se constituindo assim, numa imoralidade. 

3)        O naturismo NÃO É ILEGAL.

A prática do naturismo não viola nenhuma lei. É perfeitamente legal, não há lei que proíba a nudez em espaços privados sejam eles pessoais (residências) ou coletivos (clube, praias, etc). Praias como Massarandupió, Pinho e Tambaba são legalizadas, com leis municipais que autorizam o banho de mar em estado de nudez. 

4)        O naturismo NÃO CAUSA PROBLEMAS PSICOLÓGICOS.

Não existem evidências de que a prática naturista provoque problemas psicológicos. Até então, o que se tem constatado, seja pelos relatos das e dos praticantes, seja pelos estudos científicos, a prática naturista contribui para uma melhor aceitação do corpo, independente de padrões estéticos, aumentando a tolerância das diferenças. Contribui, também, em muitos casos para o aumento da autoestima. A prática naturista é terapêutica.

5)        O naturismo NÃO CAUSA PROBLEMAS DE SAÚDE. 

O naturismo constitui-se numa prática saudável, sem contraindicações para a saúde, bastando apenas que se tomem os devidos cuidados com os raios solares. Para tanto, recomenda-se o uso adequado de protetor solar, evitando o desenvolvimento de câncer de pele. O naturismo proporciona saúde.

6)        O naturismo NÃO É UMA PRÁTICA SEXUAL.

Nudez e sexo não são sinônimos. O fato das pessoas estarem nuas juntas não implica em prática sexual. É perfeitamente possível, o naturismo prova isto, conviver em estado de nudez coletiva, sem conotação sexual. A sexualização da nudez é um processo midiático e religioso que, por diversas razões, associam nudez ao sexo, tornando algumas áreas do corpo humano “proibidas” de serem visualizadas publicamente. A experiência naturista demonstra que a mera exposição dos genitais não induz a prática sexual.